Gazeta Itapirense

Projeto resgata memória afetiva de Itapira e conquista a população

Itapira tem assistido a um fenômeno curioso nos últimos meses: a forte presença de um novo perfil nas redes sociais dedicado exclusivamente a reviver a história, as tradições e as curiosidades do município. A iniciativa, que utiliza ferramentas de inteligência artificial para restaurar e animar registros do passado, vem despertando nostalgia e mobilizando milhares de seguidores.

Criada pelo fotógrafo Antonio Zalberto, a página que atua tanto no Facebook quanto no Instagram sob o nome @itapira.ia tem se consolidado como um verdadeiro arquivo vivo da memória local. O trabalho consiste em dar nova vida a fotografias antigas, recriar cenas marcantes da cidade e revisitar momentos que moldaram gerações.

As publicações vão muito além de imagens estáticas: vídeos produzidos a partir de registros históricos transportam moradores para épocas distintas, trazendo de volta ruas movimentadas, eventos culturais e olhares que o tempo parecia ter apagado.

Um dos conteúdos que mais repercutiram foram as recriações digitais do Centro de Itapira nos anos 80 e 90. O movimento intenso, os encontros entre jovens e os tradicionais shows da Banda Placa Luminosa — marca registrada da cidade por décadas — voltaram a ser lembrados com emoção pelos seguidores.

Zalberto Silva oferece uma nova forma de enxergar a história de Itapira (Divulgação)

Outro material que gerou grande engajamento foi a remontagem dos desfiles dos clubes sociais, apresentados agora em vídeos que recuperam a elegância e o brilho desses momentos que marcaram época. A passagem do trem pela antiga linha férrea durante a Festa de Maio, ao lado da Igreja São Benedito, também ganhou destaque, relembrando uma das cenas mais emblemáticas do calendário cultural itapirense.

As lendas e curiosidades locais também ganharam espaço no projeto. Uma das histórias resgatadas pelo perfil é a do suposto “dragão enterrado”, mito popular que atravessou gerações e que muitos moradores ouviam desde a infância.

Além disso, elementos tradicionais, como o famoso Apito da Penha S/A — símbolo do ritmo cotidiano da cidade — também foram revisitados em conteúdos que explicam sua importância histórica e afetiva para os itapirenses.

O perfil ainda explora transformações urbanas, mudanças no nome do município e marcos arquitetônicos, entre eles a conhecida “Igreja da Mãozinha”, ponto religioso que sempre despertou curiosidade pela simbologia e pelo estilo único.

Uma das características mais apreciadas do trabalho de Antonio Zalberto é a restauração de imagens antigas. Por meio de tecnologia avançada, fotografias desgastadas são recuperadas com cor, nitidez e detalhes que, muitas vezes, emocionam famílias ao reencontrarem rostos e lembranças de seus antepassados.

Com dedicação e talento, o criador do @itapira.ia tem conseguido transformar a plataforma em muito mais do que um espaço de entretenimento. Seu trabalho se tornou uma ponte entre gerações, ajudando moradores a reconectar-se com a história da cidade e valorizando aspectos culturais que, sem iniciativas como essa, poderiam se perder com o tempo.

A página segue crescendo e ampliando seu acervo diariamente, fortalecendo o sentimento de pertencimento e oferecendo aos itapirenses a oportunidade de revisitar, aprender e celebrar a própria história.