Placentas das mamães itapirenses ajudaram no desenvolvimento de remédio revolucionário do Cristália
A população itapirense tem dois motivos para sentir orgulho ao falar do remédio que virou notícia no planeta inteiro esta semana, a Polilaminina: primeiro, porque foi desenvolvido e será fabricado dentro das instalações do Laboratório Cristália; segundo, porque a doação de placenta por parte das mamães de nossa cidade foi fundamental em todo o processo.
A cada ano, entre 250 mil e 500 mil pessoas em todo o mundo sofrem lesão na medula espinhal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. As causas podem ser variadas: acidentes automobilísticos, quedas ou até mesmo um simples mergulho de cabeça em uma piscina. É um dos mais graves acometimentos para um ser humano e as consequências vão da paralisação de membros – paraplegia ou tetraplegia – à morte.
Até a última terça-feira, 09, nenhum medicamento no planeta tratava diretamente a lesão. Mas o Laboratório Cristália, de forma revolucionária, apresentou a Polilaminina para tratamento da lesão cuja matéria-prima é extraída da placenta de mães que acabaram de dar à luz.
De acordo com diretor presidente do Cristália, Dr. Ogari Pacheco, o medicamento é uma das maiores inovações do laboratório, que nasceu e é sediado em Itapira. “Para dar continuidade ao desenvolvimento do novo remédio, que pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, convidamos as gestantes de Itapira para doar a placenta após darem à luz”. Dr. Pacheco destacou que o Cristália conta com a parceria da Prefeitura de Itapira para o desenvolvimento do programa de doação.
A placenta é um órgão que se desenvolve temporariamente no útero durante a gravidez, sendo responsável por fornecer oxigênio e nutrientes ao feto. Em caso de parto normal, após a saída da criança ela é expelida pela parturiente. Nas cirurgias cesarianas, é retirada pelo médico. “Depois que o bebê nasce, não há mais qualquer função da placenta para a mãe ou a criança. Por isso, a placenta costuma ser descartada como resíduo hospitalar. Mas as mães podem dar um destino mais importante a ela, colaborando com a ciência”, explica Pacheco.
A secretária municipal de Saúde, Maria Sueli Rocha Longhi, ressaltou que assim que os primeiros contatos foram estabelecidos uma equipe foi prontamente formada para atuar em diversas frentes, do treinamento até a abordagem das gestantes durante o atendimento no Pré-Natal nas Unidades Básicas de Saúde.
“Realizamos um alinhamento com todas as equipes envolvidas, para assegurar que o contato com as gestantes seja conduzido de maneira humanizada e esclarecedora. Além disso, garantimos que as placentas doadas sejam corretamente armazenadas e encaminhadas para a pesquisa. Estamos trabalhando em estreita colaboração com a equipe do Cristália para assegurar o sucesso dessa inovação”, enfatizou Maria Sueli. Ela destaca que o Hospital Municipal de Itapira realiza de 35 a 40 partos ao mês, todos com atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O resultado deste trabalho da Secretaria de Saúde, somado ao estudo de mais de 25 anos de pesquisadores do Cristália e da Universidade Federal do Rio de Janeiro culminou no remédio que pode ser considerado o mais importante dos últimos tempos em todo o mundo.