Nove meses de gestão: o que esse governo pariu?, por Tiago Fontolan
O mês de setembro marca o nono mês da atual administração municipal de Itapira, sob o comando do prefeito Toninho Bellini. Se o governo fosse comparado a uma gestação, estaríamos justamente no período em que nasce uma nova vida. Mas a analogia serve para mostrar que, ao completar esse ciclo, em vez de nascer a esperança de um futuro melhor, o que vemos é a confirmação de um governo inoperante, marcado por falhas graves e pela incapacidade de entregar os serviços básicos à população.
Foram nove meses de turbulência. Problemas escancarados vieram à tona, seja pelas cobranças da população, seja pelo trabalho fiscalizador dos vereadores. O episódio mais emblemático foi o do lixo: a cidade sofreu com a coleta irregular, prorrogação de prazos para que uma empresa de má qualidade continuasse prestando péssimos serviços, acúmulo de resíduos nas calçadas, mau cheiro e prejuízos à saúde pública. Só recentemente houve a contratação de uma nova empresa, mas os danos à população já estavam feitos.
No campo financeiro, os números não mentem. O município enfrentou forte queda no ICMS, consequência direta da falta de políticas de geração de emprego, atração de empresas e capacitação de mão de obra. A ausência de uma postura ativa da administração para fortalecer a economia local está corroendo a arrecadação e comprometendo o equilíbrio das contas públicas.
A saúde também tem sido palco de escassez e improviso. Falta de insumos básicos, como papel higiênico, agulhas, soro e produtos de limpeza, levou ao cancelamento de cirurgias eletivas e ao envio de pacientes para outras cidades. A população encontra filas intermináveis no pronto-socorro e UBSs que não conseguem atender a demanda. O sistema de saúde municipal, que deveria proteger, dá sinais de colapso.
Na educação, a situação não é melhor. Faltaram materiais de limpeza para manter as escolas em condições adequadas, os uniformes chegaram com atraso — quase no fim do ano letivo — e não houve investimento significativo em melhorias para professores e alunos. O esporte, por sua vez, sofre com a falta de recursos até mesmo para o transporte de atletas, desestimulando a prática esportiva e prejudicando jovens talentos.
As obras públicas revelam o retrato da paralisia administrativa. O Mercadão permanece parado, o Complexo da Saúde igualmente estagnado, enquanto outras construções seguem sendo prorrogadas e aditadas, consumindo milhões de reais sem gerar benefícios concretos para a cidade.
No cotidiano, Itapira enfrenta ainda problemas com vazamentos constantes de água e esgoto, lâmpadas que piscam e não iluminam adequadamente, e uma oferta de serviços públicos que não atende minimamente àquilo que a população paga com seus impostos.
Chegamos, portanto, ao nono mês de gestão. E o que nasce desse período não é um governo que inspira confiança, mas um governo que já se mostra incompetente, insensível às demandas populares e mais preocupado em gastar milhões em shows e estruturas festivas do que em garantir saúde, educação, infraestrutura e dignidade à sua população.
Depois de todo esse tempo de gestação, o que esse governo pariu até agora foi apenas uma ponte.
Por: Tiago Fontolan