Gazeta Itapirense

Leão XIV: um Papa Agostiniano segundo o coração de Cristo

A Igreja vive mais um momento histórico. O Espírito Santo, por meio do colégio cardinalício, conduziu à eleição do Cardeal Prevoste, americano, membro da Ordem de Santo Agostinho, como novo Sucessor de Pedro. Ao escolher o nome de Leão XIV, o novo Papa une passado, presente e futuro em um gesto carregado de significado espiritual e eclesial.

O nome “Leão” não é apenas um retorno aos papas que marcaram a história com vigor pastoral e doutrina firme — como São Leão Magno, doutor da Igreja e defensor da fé frente às heresias —, mas também uma sinalização clara: a força do Evangelho permanece viva e atuante mesmo em tempos de fragilidade cultural e espiritual. Um nome que ressoa autoridade, coragem e fidelidade à verdade.

Sendo da Ordem de Santo Agostinho, o novo Pontífice traz consigo o espírito do grande Doutor da Graça: um homem que conheceu a inquietação da alma e a encontrou repouso apenas em Deus. Como Agostinho, Leão XIV parece reconhecer que o coração humano permanece inquieto até repousar na vontade divina — algo que também marca o pontificado de Francisco, cuja humildade e atenção aos últimos ecoaram os gestos de Cristo.

Na sucessão de Pedro, Leão XIV se coloca não como um líder meramente administrativo, mas como o servo dos servos de Deus, consciente de que a cátedra de Pedro não é ocupada por mérito, mas por chamado. Como bem lembra o Padre Paulo Ricardo, “os cardeais elegem, mas não fazem o Papa”. O que de fato faz um Papa é aquele momento sublime e espiritual em que, após ser eleito, o escolhido aceita. E no instante em que o faz, o Céu se move. Jesus vem e unge aquele homem para que ele seja, como Davi, “um homem segundo o coração de Cristo”.

Essa verdade é consoladora e misteriosa. Ela lembra à Igreja que, apesar das manobras humanas, é Cristo quem governa a barca. E agora, com Leão XIV ao leme, esperamos que essa unção o conduza a ser um Papa profundamente evangélico, firmemente enraizado na verdade e misericordioso como o coração de Jesus — como foi Agostinho, como foi Francisco, como foi Pedro.

Por Tiago Fontolan

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