Gazeta Itapirense

Habemus Papam: às portas de um novo conclave, por Thiago Fontolan

A Igreja está em silêncio e oração. Com o falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, após doze anos de um pontificado marcado pela humildade, pela escuta e pela inclusão, os olhos do mundo se voltam para o Vaticano. Estamos às portas de um novo conclave, e com ele, mais uma vez, se renova a esperança que brota do coração da fé católica e da humanidade.

A palavra “conclave” vem do latim cum clave, “com chave”, e evoca o momento em que os cardeais eleitores se recolhem na Capela Sistina, trancados literalmente a chave, até que surja o nome daquele que será o novo Sucessor de Pedro. São 133 cardeais com direito a voto — e entre eles, aqueles que, sob a ação do Espírito Santo, também podem ser escolhidos. Não há candidatura, não há campanha. Há, sobretudo, uma escuta profunda do chamado de Deus à Sua Igreja.

A responsabilidade é imensa. Não apenas pela escolha de um líder religioso, mas por tudo o que a figura do Papa representa: o ponto de unidade para mais de 1,3 bilhão de católicos espalhados pelo mundo. É a figura do Pastor que guia, conforta e representa Cristo na terra. É sobre os ombros desses cardeais que repousa agora essa missão de discernimento, sob intensa oração e discernimento espiritual.

O legado de Francisco ecoa como um chamado contínuo. Ele nos deixou o testemunho de uma Igreja que vai ao encontro, que abraça os que estão às margens, que se reaproxima da essência do Evangelho. Um Papa que lavava os pés de presos, que chorava pelas vítimas da guerra, que pedia uma “Igreja em saída”, mais preocupada em curar feridas do que em apontar erros. Esse legado agora se torna critério, se torna referência para o tempo que se inicia.

A sucessão de Pedro, que Jesus instituiu como pedra firme da sua Igreja, não é apenas um evento interno do catolicismo. Ela tem repercussões espirituais, culturais e até políticas ao redor do mundo. O mundo espera. Não apenas os fiéis, mas todos aqueles que, de alguma forma, encontram na figura do Papa um sinal de paz, de diálogo e de esperança.

Enquanto o mundo aguarda a fumaça branca e o anúncio do Habemus Papam, a oração se torna a linguagem comum. Oramos não por um nome, mas por um homem segundo o coração de Deus. Um homem capaz de conduzir a barca de Pedro entre as tormentas do tempo presente, mantendo firme a esperança cristã e a presença viva de Cristo no mundo.

Por: Thiago Fontolan

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