Fontolan denuncia manutenção de pacientes com alta médica no HM por falta de oxigênio domiciliar
Durante a sessão da Câmara Municipal desta quinta-feira, 08, o vereador Thiago Fontolan usou o pequeno expediente para denunciar uma situação que, segundo ele, lhe causou surpresa e preocupação: pacientes com alta médica estariam sendo mantidos internados no Hospital Municipal por falta de fornecimento de oxigênio domiciliar, em razão de atraso contratual da Prefeitura com a empresa responsável.
Fontolan relatou ter recebido a denúncia no início da semana e afirmou que, ao invés de recorrer às redes sociais, optou por encaminhar a situação diretamente ao prefeito Toninho Bellini. “Quando assuntos como esse chegam até mim, eu não faço vídeos para a internet. Eu mandei mensagem ao próprio prefeito, contando da situação que tinha me chegado”, afirmou.
Segundo o vereador, o prefeito respondeu que a situação já estava sendo regularizada e que a empresa faria as instalações de oxigênio nas residências ao longo da semana. Fontolan também leu uma mensagem da secretária de Saúde informando que o atraso se deu devido à renovação de contrato com a fornecedora, e que os atendimentos seriam normalizados.
Apesar disso, o vereador reforçou a gravidade da situação. “Realmente pacientes com alta médica estavam sendo mantidos internados por essa questão de regularização de contrato”, destacou. Ele mencionou que uma das reclamações que recebeu dizia respeito a uma paciente que havia recebido alta há quase duas semanas, mas só teve o oxigênio instalado em casa nesta quinta-feira.

Fontolan criticou duramente a gestão municipal, apontando risco de infecção hospitalar e desperdício de leitos. “Pela imprudência, pela incapacidade e pela falta de gestão com o dinheiro público, o prefeito e sua equipe estavam mantendo pessoas internadas correndo risco e segurando leitos de pessoas que realmente necessitavam de cuidados no hospital”, declarou.
O parlamentar citou ainda a resposta da Secretaria Municipal de Saúde ao Requerimento 385, enviada em 16 de junho, na qual a pasta já admitia atraso nos pagamentos por falta de dotação orçamentária, mas negava a existência de fila de espera. Para Fontolan, isso se confirma como inverídico, já que pacientes estariam sendo mantidos no hospital para evitar uma suposta fila.
“É um risco tremendo manter pessoas com alta médica, já debilitadas, em ambiente hospitalar, expostas a infecções como H1N1 e rinovírus, apenas por falta de gestão”, concluiu o vereador.
Outro lado
Em nota enviada para A Gazeta, a Secretaria Municipal de Saúde de Itapira confirmou que está em fase de renovação de contrato com a empresa fornecedora de oxigênio domiciliar, mas garantiu que nenhum paciente foi prejudicado por essa situação.
Segundo a pasta, a oxigenioterapia domiciliar é prescrita conforme a conduta médica e condição clínica de cada paciente, e não houve interrupção na prestação do atendimento pela rede SUS municipal.