Gazeta Itapirense

Fontolan cobra explicações da Prefeitura pela não fiscalização de bebidas adulteradas

Na última quinta-feira, 02, o jornal A Gazeta Itapirense trouxe à tona um grave problema de saúde pública ao noticiar, em primeira mão, a não fiscalização por parte da Prefeitura de locais que possam estar vendendo bebidas adulteradas no município.

Em Itapira, a denúncia repercutiu na Câmara Municipal. O vereador Tiago Fontolan usou a tribuna para cobrar explicações da Prefeitura e exigir que os setores de fiscalização de posturas e vigilância epidemiológica compareçam à Casa Legislativa para esclarecer os fatos.

A matéria do Gazeta apontou que não haveria fiscalização efetiva no município desde o dia 19 de julho, o que levantou fortes suspeitas. O que levantou mais dúvida é que a fiscalização parou justamente após a apreensão de 117 garrafas de bebidas adulteradas no município, todas com laudo da Polícia Civil confirmando a adulteração.

Diante disso, Fontolan lançou duas perguntas que ecoam além do plenário: “a quem interessa a falta de fiscalização? E, sobretudo, quem deu a ordem para que o setor não fiscalizasse?”.

Após matéria do Gazeta, Fontolan cobrou a Prefeitura (Foto: Câmara de Itapira)

O caso acendeu o alerta em Itapira e se conecta a um cenário mais amplo, estadual e nacional, em que episódios de intoxicação por metanol vêm mobilizando autoridades e preocupando a população. O metanol, substância altamente tóxica, vem sendo utilizado por criminosos para adulterar bebidas alcoólicas, sobretudo destilados como vodca, gin e whisky. Seus efeitos no organismo são devastadores, podendo causar cegueira, falência renal, danos cerebrais irreversíveis e até a morte.

No estado de São Paulo, já houve registro de óbitos confirmados e diversos casos em investigação, o que levou o governo estadual a criar um gabinete de crise para coordenar ações intersetoriais. Em operações recentes, bares e distribuidoras foram interditados, inscrições estaduais suspensas e milhares de garrafas apreendidas, numa ofensiva que também contou com a Secretaria da Fazenda, responsável por rastrear o fluxo de fornecedores e auditar distribuidoras suspeitas. Em Barueri, por exemplo, mais de 128 mil garrafas de vodca foram apreendidas e permanecem lacradas até comprovação documental. No âmbito nacional, o governo federal desencadeou um plano emergencial que inclui investigação da Polícia Federal, protocolos de atendimento reforçados no SUS, notificações obrigatórias em casos de intoxicação e medidas de proteção ao consumidor pela Secretaria Nacional do Consumidor. O episódio expõe um problema de múltiplas dimensões: além do impacto direto na saúde pública e da responsabilidade criminal por parte dos envolvidos, gera insegurança no consumo, pressiona bares e comerciantes regulares e coloca em xeque a credibilidade das fiscalizações.