Fiscalização de bebidas falsificadas está paralisada em Itapira desde julho

Enquanto o Brasil acumula mortes e casos de sequelas graves causados pela ingestão de bebidas falsificadas, em Itapira a fiscalização perdeu força na gestão do prefeito Toninho Bellini. Desde 19 de julho nenhuma blitz foi realizada em estabelecimentos suspeitos após a paralisação das ações do Departamento de Fiscalização de Posturas determinada pela Prefeitura.

Se antes era comum ver operações conjuntas combatendo a venda de bebidas adulteradas, hoje a realidade é outra: comerciantes sem escrúpulos seguem atuando livremente, colocando em risco a população, especialmente jovens que consomem esses produtos.

As ações da Fiscalização, quando realizadas em parceria com o Ministério Público e a Guarda Civil Municipal, já haviam retirado de circulação dezenas de garrafas falsificadas. Em apenas uma operação, 117 garrafas foram apreendidas e encaminhadas para análise da Polícia Científica, que confirmou a adulteração.

O laudo pericial revelou que amostras de uísque das marcas White Horse e Jack Daniel’s apresentaram composição química incompatível com os produtos originais. Exames de cromatografia gasosa identificaram discrepâncias nos parâmetros físico-químicos e no teor alcoólico, comprovando que o conteúdo não era autêntico.

Além de prejuízos financeiros, o consumo dessas bebidas representa sérios riscos à saúde, podendo causar intoxicações graves, sequelas permanentes e até mortes.

Ligação com o tráfico

A venda de bebidas falsificadas em Itapira não está restrita ao mercado clandestino de álcool. Em diversas situações, bares e pontos de comércio flagrados com produtos adulterados também eram utilizados como fachada para o tráfico de drogas, funcionando como biqueiras para a distribuição de entorpecentes.

A suspensão das operações preocupa, já que abre espaço para o fortalecimento de práticas criminosas que afetam diretamente a saúde pública e a segurança da cidade.