Gazeta Itapirense

Com forte atuação da promotora, júri condena autor de feminicídio

Dois anos após um dos crimes mais brutais já registrados em Itapira, o caso que abalou a cidade voltou ao centro das atenções nesta terça-feira, 2 de dezembro, quando o Tribunal do Júri condenou João Luís Alves de Carvalho, de 29 anos, pelo assassinato de Tamires Roberta do Nascimento. O julgamento marcou não apenas o desfecho judicial de um episódio que mobilizou a população, mas também a primeira atuação em plenário da promotora de Justiça Fernanda Sumi Barbosa Klein Gunnewiek na comarca.

Assumindo as funções de 3ª Promotora de Justiça de Itapira em agosto de 2025, Dra. Fernanda Sumi passou a responder pelos casos de júri na cidade e enfrentou, logo em sua primeira sessão, um dos processos de maior repercussão dos últimos anos. O ‘Caso Tamires’ comoveu Itapira pela violência e pelas circunstâncias em que ocorreu, gerando forte clamor social desde a data do crime.

O homicídio aconteceu em 2 de dezembro de 2023, na residência onde a vítima vivia com o agressor, na rua Rayneri Galdi, bairro Istor Luppi. A mulher, então com 30 anos, foi atacada a facadas dentro do quarto, na presença da filha de 16 anos, que presenciou parte das agressões e conseguiu fugir para pedir ajuda. Quando a Polícia Militar chegou ao local, encontrou João Luís na sala, desorientado e ainda segurando uma faca de churrasco, com um corte no peito. Tamires já estava sem vida no quarto, com múltiplas perfurações. O réu passou por cirurgia no Hospital Municipal e desde então permaneceu detido.

A sessão desta terça-feira atraiu a atenção da comunidade, que relembrou o caso pelo impacto emocional e pela crueldade dos fatos. Coube à promotora Fernanda Sumi conduzir a acusação, sustentando as qualificadoras e apresentando as circunstâncias agravantes que marcaram o crime.

Com firmeza e precisão técnica, a promotora reconstruiu o episódio perante os jurados, destacando o meio cruel, a impossibilidade de defesa da vítima, o contexto de violência doméstica e o fato de o crime ter sido cometido na presença da filha de Tamires.

Após horas de debates, o Tribunal do Júri acolheu integralmente a tese da acusação e condenou João Luís Alves de Carvalho a 21 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão. Ele foi enquadrado por homicídio qualificado e feminicídio, conforme previsto no artigo 121, §2º, incisos III e IV, e §7º, inciso III, do Código Penal.

A atuação da promotora Fernanda Sumi foi destaque entre os presentes e foi reconhecida como firme, consistente e à altura da tradição dos promotores que já passaram pela Vara do Júri da cidade. Sua primeira atuação no plenário reafirmou o compromisso do Ministério Público com a defesa da vida e com o enfrentamento aos crimes em Itapira.

A sentença encerra judicialmente um caso que deixou marcas profundas em Itapira e reforça a urgência de medidas mais efetivas de prevenção e proteção às vítimas de violência doméstica. O julgamento resgatou a memória de Tamires e trouxe à cidade a sensação de que a justiça foi feita.