Gazeta Itapirense

Coluna ‘Traço Feminino’, por Hellen Santos

Um espaço acolhedor que trará de forma acessível assuntos necessários como direitos das mulheres, a luta das mulheres negras, a violência contra a mulher e o que fazer nessas situações, dentre outros temas relacionados à mulher.

Seja muito bem-vinda (o) !

 

           A pressão da estética sobre as mulheres

 Na semana anterior abordei com vocês sobre a competitividade feminina e o quanto esta questão está relacionada a uma ideia cultural que tem sido fortemente estimulada. Existe uma enorme indústria por trás da estética feminina e que trabalha incansavelmente para levar novidades e estimular o consumo pelas mulheres.

É claro que cuidar de si é uma prática legítima. Não estou dizendo que fazer atividade física, se alimentar corretamente e ter preocupação com a aparência que se tem, não seja importante, mas o que quero trazer hoje é o excesso pela estética e a pressão que a indústria exerce para que as mulheres façam vários procedimentos, que podem ser desnecessários e inclusive, colocá-las em risco.

A relação entre a estética e as mulheres é multifacetada. Existe uma busca, disseminada pela mídia sobre as mulheres que, impõe padrões estéticos que tem gerado uma alta pressão e insatisfação, influenciando a autoestima, a saúde mental e os relacionamentos sociais das mulheres.

De forma simples e objetiva, podemos dizer que a estética é uma ferramenta para a autoestima da mulher, ela não atua somente no campo das vaidades, mas na saúde física, emocional e interfere na forma como as mulheres se relacionam em seu cotidiano. É um ato de autocuidado, mas não deveria ser o que temos assistido, que é a busca pela perfeição.

No Brasil, a diversidade de corpos precisa ser levada em consideração em relação à estética, pois temos uma influência indígena, africana e europeia, desta forma, o corpo da mulher brasileira tem variedades étnicas e culturais que contribuem para essa diversidade existente. Ainda lidamos com o estereótipo mundialmente conhecido sobre os nossos corpos, sendo retratados como objetos sexuais.

A preocupação e a pressão que a aparência traz às mulheres, afeta a nossa saúde mental, causando ansiedade, depressão e distúrbios alimentares. Essas consequências colocam as mulheres  em um círculo vicioso, sendo hora de uma ajuda profissional e médica para intervir nesse processo.

O empoderamento das mulheres passa também pela estética por permitir que elas se sintam mais confiantes em relação a sua aparência. A autoimagem que as mulheres têm de si mesmas, pode ser um meio de se explorar a identidade, promovendo a aceitação do corpo e a valorização da beleza individual.

Outro fator importante a se considerar é o das mulheres negras. Elas sofrem frequentemente mais do que as demais mulheres, devido a discriminação racial e ao padrão de beleza ocidental que não as inclui. Existe uma pressão para que elas correspondam a esses padrões, mesmo que não seja possível, o que acarreta na autoestima e bem estar emocional das mulheres negras.

Recentemente em conversa com uma amiga que é consultora de moda, ouvi palavras que me deram esperança em relação a essa pressão estética que vivemos. Ela estava contando que as mulheres precisam entender que não somos numeração ( se referindo ao número que usamos das roupas), mas sim medidas! E que para todas as medidas, existe a possibilidade harmônica de se vestir, se conhecendo e sabendo o que fica bem em cada corpo. Com poucas palavras, ela colocou abaixo muitos dos nossos medos e pressão sobre a nossa aparência, não sendo necessário ter um único tipo de corpo para estar bem vestida.

Acredito que em termos de saúde, a busca pelo bem estar com a estética seja fundamental, mas para se adequar a padrões que na maioria das vezes não correspondem à realidade dos nossos corpos, penso que seja necessária uma reflexão e um trabalho de conscientização em nós mesmas, nos libertando pouco a pouco da pressão social sobre os nossos corpos e sabendo o que nos causa uma boa autoestima e o que nos atrapalha.

 

   “Sinta-se bonita por você e não pela opinião dos outros”

Por: Hellen Santos

hellenccsed@gmail.com

 

 

Compartilhe
error: