Gazeta Itapirense

Coluna ‘Traço Feminino’, por Hellen Santos

Um espaço acolhedor que trará de forma acessível assuntos necessários como direitos das mulheres, a luta das mulheres negras, a violência contra a mulher e o que fazer nessas situações, dentre outros temas relacionados à mulher.

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O estigma social e a violência contra a mulher

Após o último texto da coluna, mais precisamente o do dia 16 de agosto, o qual falei sobre a liberdade da mulher incomodar e abordar de forma geral sobre as violências que as mulheres podem sofrer, recebi mensagens que me chamaram a atenção sobre uma das razões pela qual as mulheres não denunciam a violência sofrida e é sobre esse tema que falarei um pouco mais hoje.

O estigma social em relação à violência contra a mulher é um problema complexo, que pode se manifestar de diversas formas, afetando a vida das mulheres em diferentes níveis. Ele pode ser definido como uma marca, a qual é  socialmente construída, e que atribui uma valoração negativa à mulher.

No caso da violência contra a mulher, o estigma pode se manifestar de formas variadas, como por exemplo, a culpabilização da vítima, minimização da violência, vergonha e medo, isolamento social, causando a dificuldade em buscar ajuda.

Mas o que é o Estigma Social? – O estigma social associado à violência contra a mulher refere-se às crenças negativas, preconceitos e atitudes discriminatórias que a sociedade tem em relação às vítimas de violência doméstica ou outras formas de agressão.

Entre as mensagens que recebi, algumas mulheres relataram que lidar com a culpa é algo muito difícil, e que o fato de morar em uma cidade pequena, “em que todos se conhecem”, se deixar exposta e denunciar é muito desafiador!

A  sociedade impõe sobre as mulheres uma segunda violência, tornando tudo mais doloroso, trazendo para a mulher um elemento a mais diante da situação, tendo ela de lidar com a violência sofrida e com a sua exposição, ouvindo que se sofreu aquela violência, a causa é a sua aparência, comportamento ou mesmo por “ter provocado” o agressor.

Essa minimização da violência que a mulher sofreu acaba por ser desvalorizada ou justificada, com direito a frases do tipo: “ Brigaram como qualquer casal ou Ele estava bêbado”. A vítima se torna o agressor, a incompreensiva diante da “situação”.

As situações mencionadas acima desenvolvem a vergonha e o medo, pois o julgamento dos outros é um ponto importante, o qual faz as mulheres muitas vezes não denunciarem o que vivem. O estigma pode levar ao isolamento social da vítima, que pode ser evitada por amigos e familiares ou sentir-se incapaz de conviver em sociedade.

Por isso a importância de desconstruir os estigmas que as mulheres sofrem sobre a violência que elas têm sofrido, derrubando esse obstáculo significativo para o enfrentamento da violência contra a mulher, mantendo em mente que todos nós juntos, podemos lutar pela  responsabilização do agressor e a efetivação de políticas públicas de proteção às vítimas, promovendo uma cultura de respeito, igualdade e não violência.

 

DIGA NÃO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER !

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Por: Hellen Santos

Pedagoga, Mestre em Educação e Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

hellenccsed@gmail.com