Aves apreendidas apresentam problemas de saúde e passam por reabilitação
As 17 aves silvestres apreendidas em Itapira no último dia 23 de setembro, durante ação do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal da Secretaria de Meio Ambiente, passaram por avaliação inicial e apresentaram diversos problemas de saúde relacionados ao tempo em cativeiro. Entre os animais estavam 15 picharros e 2 cardeais, todos mantidos em gaiolas em condições inadequadas.
Encaminhadas ao Centro de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres de São Paulo (CETRAS/SP), as aves foram examinadas por especialistas, que identificaram alterações como empenamento deficitário, hiperqueratose (espessamento anormal da pele), onicogrifose (crescimento exagerado das unhas), além de sinais de pododermatite, inflamação dolorosa nos pés geralmente causada por puleiros sujos ou inadequados. Em uma das aves também foi detectado um lipoma, tumor benigno de gordura.
Segundo os técnicos, os problemas encontrados provavelmente têm origem em alimentação inadequada e manejo incorreto, comuns em situações de cativeiro. Apesar de aparentarem estar bem cuidadas, as aves já apresentavam sinais claros de sofrimento físico.
Exames complementares, como o PCR, ainda serão realizados para aprofundar a análise do estado de saúde dos animais. Após o tratamento e processo de reabilitação, cada ave terá o destino adequado, podendo ser reinserida na natureza ou encaminhada a locais apropriados, conforme determina a legislação ambiental.
Outro dado preocupante é que três das aves apreendidas possuíam anilhas falsas, o que caracteriza crime de falsificação e agrava a situação registrada na ocorrência.
O caso reforça a importância da denúncia e do trabalho integrado entre órgãos de fiscalização, polícia e equipes técnicas para combater o tráfico e a manutenção irregular de animais silvestres, além de destacar os riscos que o cativeiro representa para a saúde e bem-estar dessas espécies.