Audiência pública discutiu os desafios e melhorias na segurança do trânsito
A Câmara Municipal de Itapira realizou na quarta-feira, 04, audiência pública para debater as dificuldades encontradas atualmente no trânsito e a prática desportiva no município. O evento foi comandado pelo presidente da Casa, vereador Carlinhos Sartori (PSDB) e contou com a presença dos vereadores Fábio Galvão dos Santos (PSD) – autor da iniciativa – Carlos Briza (PP), Edison da Autoescola (PP), André Siqueira (MDB), Leandro Sartori (PSOL), Maurício Cassimiro de Lima (PL), Rogério do Allan Kardec (REP) e Tiago Fontolan (PL).
Como convidados, participaram da audiência o diretor do Hospital Municipal Dr. Newton Santana; o diretor do Departamento de Trânsito Luís Gustavo Pereira; o procurador jurídico da Prefeitura Dr. Manoel Cipriano; o secretário de esporte e lazer Moisés Germano; o presidente do Consetran Alessandro Rodrigues Fróes; o comandante da 3ª Cia. do 26º Batalhão da PM do Interior, Capitão PM Carlos Antunes dos Santos; o GM Luís Carlos Palandi, representando a Guarda Municipal; a servidora Ednúbia Brito, representando o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais; Miguel da Silva Ribeiro, representando o grupo de corrida Runners; e Guilherme Jugni, representando a Associação Itapirense de Ciclistas. A empresa Translocav, responsável pelo transporte público no município, não enviou representante.
Na abertura da audiência, representantes da Saúde, da Guarda Municipal e da Polícia Militar apresentaram estatísticas envolvendo o número de ocorrências na cidade. De acordo com os dados apresentados, nos últimos anos, houve um aumento considerável do número de acidentes em nossa cidade, envolvendo pedestres, ciclistas e, principalmente, motociclistas. Além da perda de cidadãos e entes queridos, há a questão dos custos com a Saúde em relação às sequelas deixadas por estes sinistros.

Em relação à prática desportiva, segundo o secretário municipal de esporte, também tem havido maior procura dos praticantes pelas praças esportivas e pelos locais públicos para as atividades, em especial vias públicas, o que em sua opinião demanda um novo planejamento e projeto de mobilidade. Representante da equipe Runners lembrou que a Constituição Federal prevê o direito do cidadão à prática esportiva e o dever do governo em promovê-lo. Que além de recreação é uma questão de saúde pública, já que quem se exercita tem menos probabilidade de ter problemas de saúde. Lembrou ainda que o pedestrianismo (corrida e caminhada), são os esportes mais acessíveis à população e defendeu a criação de novos corredores para a prática como tem sido feito no Parque Linear do Santa Bárbara, a saber, na avenida dos Italianos, no Parque Linear do José Tonolli e no Parque Linear do Jardim Soares, próximo à rodoviária.
Presidente do Consetran, Alessandro Fróes destacou o aumento da frota de veículos no município. Atualmente são aproximadamente 66 mil carros e 18 mil motocicletas, um aumento considerável se levarmos em conta que a malha viária permaneceu praticamente a mesma. Já o Sindicato defendeu a exigência de maior grau de escolaridade para os agentes de trânsito, tendo em vista as atribuições que lhe são impostas.
Representante da associação dos ciclistas destacou locais críticos para quem pedala e a imprudência e falta de respeito dos motoristas para com as bicicletas. Lembrou que em muitas cidades a oferta de ciclovias de qualidade contribui para a diminuição do fluxo de veículos e até de congestionamentos em horário de pico.
Por fim, tanto o diretor de trânsito, quanto procurador jurídico do município defenderam novas políticas públicas e planejamento urbano, envolvendo setores do Poder Público e da sociedade civil, para uma construção coletiva de um trânsito mais harmonioso diante da realidade itapirense hoje.
Os vereadores também se posicionaram no debate, elencando diversos “gargalos”, ou seja, locais críticos e que normalmente são pontos que podem gerar acidentes. Deram sugestões de melhorias e questionaram a ineficiência das chamadas “lombadas eletrônicas”, já que até o momento funcionam apenas de forma educativa. A falta de sinalização, de fiscalização, de estrutura para deficientes e de políticas públicas continuadas, como por exemplo, a contratação de um engenheiro de tráfego pelo poder público municipal, também foram debatidas.
Em resumo, concluíram pela necessidade de campanhas educativas continuadas, mais consistentes e eficazes; a intensificação da fiscalização por parte dos órgãos competentes; a parceria com órgãos consultivos, como no caso do Conselho Municipal de Educação para a Segurança no Trânsito (Consetran); e por fim, planejamento urbano e engenharia de tráfego, aspectos fundamentais para que se tenha um trânsito mais seguro e humano em nossa cidade. As propostas serão elaboradas e encaminhadas ao Poder Executivo. Ao final da audiência também foram respondidas questões do público presente e dos internautas.