A queda de arrecadação e a crise financeira: a desculpa perfeita para um governo incompetente
A atual administração municipal encontrou na chamada “queda de arrecadação” a desculpa perfeita para justificar seus erros, sua falta de planejamento e, sobretudo, sua incompetência administrativa. Por trás desse discurso repetido, o que se esconde é a forma desastrosa com que o prefeito Toninho Bellini conduziu as finanças e os recursos do município de Itapira.
Desde 2023, os sinais de queda já eram claros. A Secretaria de Fazenda vinha alertando sobre a redução na arrecadação e sobre a necessidade de replanejar as finanças municipais. Ainda assim, o prefeito ignorou os avisos. Em 2023, o município registrou milhões de reais em perdas apenas no ICMS — e, mesmo diante desse cenário, o prefeito avaliou o ano como “positivo”, num claro desprezo pela realidade financeira da cidade.
E o pior: a situação não parou por aí. O índice de participação de Itapira na arrecadação estadual — o chamado índice de ICMS, que define o quanto o município recebe do bolo distribuído pelo Estado — despencou 27% nos últimos cinco anos. Enquanto isso, cidades vizinhas conseguiram crescer: 5%, 6%, 4%… O que mostra, com todas as letras, que o problema não é o Estado, não é o ICMS — é a falta de gestão local.
Vale ressaltar que o ex-prefeito José Natalino Paganini administrou a cidade por oito anos, de 2012 a 2020, e deixou a Prefeitura com mais de 30 milhões de reais em caixa. O atual prefeito, Toninho Bellini, herdou uma administração equilibrada e com recursos disponíveis, mas gastou todo esse dinheiro — sugando até a última gota desse recurso — sem planejar o futuro e sem entregar resultados que justificassem tamanho desperdício.
Vale ressaltar ainda que, nos últimos cinco anos, Itapira não teve nenhum movimento efetivo de busca por novas empresas, geração de empregos ou ampliação de serviços. O índice de participação no ICMS é composto, em cerca de 75%, pelo consumo — e o restante está diretamente ligado à geração de emprego e renda. Ou seja: sem novas empresas, sem novos postos de trabalho e, pior, com empresas deixando a cidade, o impacto sobre a arrecadação é inevitável.
E isso não é teoria. É fato. Empresas importantes, como a Cronos, abandonaram o município, e outras passaram a faturar por Minas Gerais e por outros estados. Tudo isso porque não houve acolhimento, diálogo nem interesse da administração em criar um ambiente favorável à permanência e ao crescimento do setor produtivo. A falta de uma política de atração de investimentos, de fortalecimento da indústria e do comércio, está diretamente ligada à queda de consumo — e, portanto, à queda de arrecadação.
Itapira está empobrecendo, e o orçamento municipal está escancarando essa realidade. Mas, em vez de reconhecer os erros e rever as prioridades, a atual administração prefere empurrar a responsabilidade para a “crise”. A verdade é que a queda de arrecadação virou o álibi perfeito para esconder a incompetência, a falta de trabalho e a ausência de comando.
Mesmo diante desses alertas, o prefeito seguiu gastando de forma descontrolada. Desde 2023, somente em shows e estruturas de eventos, a Prefeitura já gastou mais de 8 milhões de reais. É o retrato da irresponsabilidade financeira de uma gestão que não sabe priorizar o que realmente importa.
Enquanto o dinheiro público escorre pelos dedos, faltam insumos básicos na saúde e na educação. E, para completar o absurdo, a prefeitura gastou mais de um milhão de reais com kits de higiene bucal — uma escova de dente, um tubo de pasta, um fio dental e um livrinho. Um investimento milionário em propaganda disfarçada de política pública.
A queda de arrecadação não é uma fatalidade. É o resultado direto de uma administração que prefere o espetáculo à gestão, o palco à responsabilidade, a cortina de fumaça à transparência.





