Crime que chocou Itapira tem desfecho: João Luís pega 21 anos por feminicídio brutal
Dois anos após um dos crimes mais chocantes registrados em Itapira, o caso que mobilizou a cidade voltou ao Fórum local nesta terça-feira, 02, para o julgamento de João Luís Alves de Carvalho, de 29 anos. O júri popular analisou as circunstâncias do assassinato de Tamires Roberta do Nascimento, morta a facadas exatamente na mesma data, em 2023, em um episódio marcado por extrema violência.
O crime aconteceu na madrugada de 2 de dezembro de 2023, na residência onde o casal vivia, na rua Rayneri Galdi, bairro Istor Luppi. Tamires, então com 30 anos, foi atacada dentro do quarto, na presença da filha, de 16 anos à época, que testemunhou parte das agressões e conseguiu fugir para pedir socorro.
Quando a Polícia Militar chegou ao local, encontrou João Luís na sala, ainda segurando uma faca de churrasco. Ele apresentava um corte no peito e sinais de desorientação. A vítima estava no quarto, já sem vida, com múltiplas perfurações. O agressor foi levado ao Hospital Municipal, passou por cirurgia e permaneceu detido desde então.

O processo seguiu na Vara Criminal de Itapira, resultando no julgamento desta terça-feira. A sessão foi acompanhada com grande expectativa pela população, que relembrou o caso pelo impacto social e pela gravidade das circunstâncias. A acusação ficou sob responsabilidade da promotora de Justiça Fernanda Sumi Barbosa Klein Gunnewiek.
Ao final da tarde, o Tribunal do Júri proferiu a sentença: João Luís Alves de Carvalho foi condenado a 21 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão. A decisão considerou que o réu cometeu homicídio qualificado e feminicídio, enquadrado no artigo 121, §2º, incisos III e IV, e §7º, inciso III, do Código Penal.
A condenação levou em conta que o crime foi praticado com meio cruel, dificultou a defesa da vítima, ocorreu em contexto de violência doméstica e foi cometido na presença da filha de Tamires, circunstâncias que agravam a pena.
O caso reacende o debate sobre a necessidade de políticas mais eficazes de proteção às mulheres e reforça a gravidade dos índices de feminicídio no país. A decisão do júri marca o desfecho judicial de um episódio que deixou profunda comoção em Itapira.



