Gazeta Itapirense

“Carlinhos do Cachorro-Quente” conquista gerações em frente à escola Antônio Caio  

Quem passa em frente à Escola Estadual Antônio Caio, provavelmente já sentiu o aroma irresistível de um cachorro-quente especial. Ali, de segunda a sexta-feira, das 16h às 20h, está o conhecido e querido Carlinhos do Cachorro-Quente, como é chamado carinhosamente o vendedor Antônio Carlos Xavier, de 63 anos, que há mais de 27 anos alimenta histórias, amizades e gerações de estudantes e moradores da cidade.

A trajetória de Carlinhos começou em fevereiro de 1998, após ser dispensado da empresa onde trabalhava como metalúrgico. Pouco depois, foi chamado por outra empresa, mas devido a um problema auditivo, não conseguiu ser aprovado nos exames admissionais.

“Tinha uma perda auditiva muito alta, não passava no exame de audiometria. Aí comecei a fazer lanche e deu certo. Desde então, nunca mais parei”, relembra.

O que começou como um plano B virou profissão, paixão e ponto de referência na cidade. Ao lado da esposa Terezinha, que o ajuda com frequência há cinco anos, ele manteve a rotina e fidelidade ao ponto fixo — e colheu o reconhecimento da clientela.

“Eu me sinto realizado. Gosto daquilo que eu faço. O pessoal elogia, diz que é gostoso. Isso me motiva muito.”

O plano B virou profissão e sinônimo de lanche de qualidade (Foto: Gilmar Carvalho/A Gazeta)

Clássico com sabor de tradição

O carro-chefe da barraca é o cachorro-quente duplo completo, que leva purê de batata, batata palha, ketchup, maionese, mostarda e um molhinho especial — que Carlinhos guarda a sete chaves. “Esse é o segredo”, brinca ele.

Embora muitos imaginem que o público principal seja formado apenas por alunos da escola, ele conta que a maioria dos clientes vem de fora, atraída pela fama do lanche e pela simpatia do casal.

Exemplo disso foi constatado por nossa reportagem junto a um cliente fiel. Evandro Sebastião da Silva compra o cachorro-quente há duas décadas: “compro desde quando estudava na escola Antônio Caio, às vezes comprava quando chegava outras quando ia embora após a aula. Esse lanche não tem pra ninguém, quem nunca comeu pode vir que vai gostar’, garantiu.

Evandro é cliente desde a época em que estudava no Antônio Caio (Foto: Gilmar Carvalho/A Gazeta)

Mais do que vender lanches, Carlinhos criou um vínculo afetivo com a comunidade. Já viu gerações passarem, estudantes virarem pais e voltarem com os filhos — tudo isso com o mesmo sorriso acolhedor e o lanche sempre quentinho.

Uma história simples, mas cheia de sabor e significado.

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